Eis que um dia, enquanto caminhava pela estrada do destino,
ouviu um grito em desatino, que fez parar sua jornada.
Como de praxe, visto que sempre o faz se propôs a ir de encontro
ao chamado e ao se aproximar não se surpreendeu com que encontrou.
O muro era branco, Alto, Sólido, bruto, bem consolidado em
anos de sofrimento e culpa. O Grito vinha do outro lado. Socorro, é o que era
Falado a plenos pulmões num desespero que ele não podia ficar parado sem se
propor a ajudar.
Começou então a investigar a parede à frente. Tentando entender
sua composição em busca de uma falha que ajudaria a por no chão toneladas de rancores
consolidados. Então, achou que achou um entalhe, uma brecha.
Enquanto ouvia o grito que vinha do outro lado, tentou manter
sua sanidade.Decidiu infringir o primeiro golpe na então parede arquitetada
em anos de maldade. Mas foi ai que algo passou em sua mente. Uma voz lhe chamou
a atenção para um fato e falou:
- Ei, esse muro não foi você que criou. Não cabe a você derrubá-lo,
você não é culpado nem o responsável. Lembra-se do seu, ao qual era prisioneiro,
você teve coragem para superá-lo. A este tu não estas preso, então porque
atacá-lo? E antes que se atreva a tentar derrubá-lo, pergunte ao prisioneiro,
se ele tem coragem para ser ajudado.
Decidiu obedecer à voz que vinha de dentro de sua cabeça,
isso deixou seu coração contrariado vale ressaltar. Perguntou pra quem estava
do outro lado se realmente queria sair dali, ajuda pra ser salvo. Quando o silêncio veio em resposta ao que foi perguntado não
se pôs surpreso, nem chocado.Foi ai que se lembrou dos outros muros e pedidos de socorro
que já passaram por seu caminho. O quanto esforço foi empregado para que fossem derrubados para quem os prendia fossem
libertados e assim que pudessem talvez andar do seu lado, pela estrada do
destino. Decidiu então voltar para seu caminho. Sozinho, e sereno.
Muros e pedidos de socorro sempre surgirão por seu caminho,
mas só se pode ajudar quem tem coragem de lutar e querer ser ajudado.