segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Nossa casa


Pode ser no meio do nada
sem rádio, televisão
sem água encanada
e de Lenha o fogão.

Pode ser de madeira,
pilão e taipa  
com telha de barro, amianto
ou até de palha.
Ter goteiras, rachaduras
janelas e portas com trincos,
sem fechaduras.

Podemos ter que dormir no chão
sem cobertor, travesseiro
nem colchão.

Pode ter aranhas,
grilos, besouros e outros bichos
na varanda,
ter onças, sapos, insetos,
cobras e lagartos.

Podemos ter galinha, vaca
ou nem isso
ter somente o suficiente
para não morrer de fome.
E água,
para saciar a sede que nos consome.

Pode não ter armário,
e todas as roupas que tivermos
serem somente as do corpo

Sim, pode ser nossa casa
o lugar que chamamos de lar
e pode parecer difícil
de querer ficar e morar
mas francamente,
se tivermos aquilo de maior valor
o que realmente importa
que nos da alegria e vontade de viver
se tivermos,
verdadeiramente,  amor
isso vai bastar.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Entre eu e eu mesmo.


Hoje a tristeza veio bater em minha porta
e se tornou presente sem visita.
penetrou me nos olhos
chegou ao coração
o dia de sol ficou cinza
não toquei nenhuma canção

É chato quando ficamos triste assim
gratuitamente
estamos felizes e de repente
nos sentimos vazios e impotentes.

não gosto da tristeza
não tem sutileza, leveza, sabor
é insossa, pesada e sem cor
e de certa forma traz dor.

Hoje a tristeza me trouxe um vazio
saudades de um tempo
que nem quero mais que volte
mas se pôs tão estranha,
não se trata de uma tristeza concreta
e sim “de lua”, gratuita, sem sentido.

A algum tempo não sou atingido
mas parece que a casca da ferida ainda é frágil
e sinto aquela dor de coisa mau curada.

O meu deus que saudades da minha alegria desmedida
que se permitia a ser leve sem cobrar nada de mim
mas as coisas são assim
quando conhecemos um tipo especifico de felicidade
aquela que não vem de irmãos, amigos
nem de mãe nem de vó.
se põe presente até que se desmancha em pó
aquela felicidade que se encontra num abraço
num sorriso ou num simples bom dia especial
na maioria das vezes seguidos da palavra amor

Dizem que o tempo cura tudo
verdade
mas não sem preço
tem horas que a alma grita contigo
cobrando o vazio do pedaço que lhe foi tirada
ai você se pergunta
quando poderei recompensá-la
pela dor que lhe abala
mas tem coisas que só indo a frente que se vê
boa sorte vida.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

História


“Uma vez uma garotinha, com os olhos cheios de água e o coração inundado pela tristeza, trazia o peito oprimido pelo sentimento de dor causado pela morte do seu cão de estimação. Com o pesar, observava atenta, o jardineiro enterrar o corpo do amigo de tentas brincadeiras. A cada pá de terra jogada sobre o animal, sentia como se sua felicidade estivesse sendo soterrada também.
O avô, que observava a neta, aproximou-se, envolveu-a num abraço e falou-lhe com serenidade: “triste a cena, não é verdade?”. A netinha ficou ainda mais triste e as lágrimas rolaram em abundância.
No entanto, o avô, que sinceramente desejava confortá-la, chamou-lhe a atenção para outra realidade. Tomou-a pela mão e a conduziu até uma janela opostamente localizada na ampla sala. Abriu as cortinas e permitiu que ela visse o imenso jardim florido à sua frente, e lhe perguntou carinhosamente: “Esta vendo aquele pé de rosas amarelas, bem ali na frente? Lembra que você me ajudou a plantá-lo? Foi num dia de sol como o de hoje que nós dois o plantamos.Era apenas um pequeno galho cheio de espinhos, e hoje... veja como esta lindo, carregado de flores perfumadas e botões como promessas de novas rosas...”
A menina enxugou as lágrimas que ainda teimavam em permanecer em suas faces e abriu um largo sorriso, mostrando as abelhas que pousavam sobre as flores e as borboletas que faziam festa entre uma e outra, das tantas rosas de variados matizes, que enfeitavam o jardim. O avô, satisfeito por tê-la ajudado a superar o momento de dor, falou-lhe com afeto: ”Veja, minha filha, a vida nos oferece sempre várias janelas.”

É essa a perspectiva que precisamos ter. Chorar pela perda faz parte do sentimento humano. Mas ficar diante da janela da perda faz parte de uma busca pela infelicidade. É preciso olhar por outras janelas...”

                                                                       Tirado do Livro Ágape.
                                                                                                Padre Marcelo Rossi

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Uma noite qualquer


Quatro paredes.
um quarto escuro
cama, lingerie e um sussurro
daí pra frente hum...
esqueço do mundo.